Da imaginação ao negócio de sucesso: os bastidores do Mundo Bita

O universo da animação infantil ganhou destaque na 10ª edição da MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo no segundo dia, 12 de novembro. Felipe Almeida, sócio da MR. Plot Produções, produtora recifense responsável pela criação do fenômeno Mundo Bita, esteve no evento para falar sobre o sucesso que conquistou famílias em todo o país.

Com mais de 20 bilhões de visualizações no YouTube, o Mundo Bita se consolidou como uma das marcas mais queridas do público infantil e um dos maiores cases da economia criativa nacional. A trajetória da marca reflete o crescimento do setor audiovisual voltado à infância, um segmento que alia educação, cultura e entretenimento, e movimenta uma cadeia de negócios que vai do conteúdo digital aos produtos licenciados.

Felipe Almeida concedeu uma entrevista exclusiva à Agência Sebrae de Notícias (ASN), na qual compartilhou bastidores da criação do Mundo Bita, os desafios de empreender no audiovisual e o papel do Brasil na produção de conteúdo para crianças.

Felipe Almeida durante a MAX 2025

ASN: Como nasceu o Mundo Bita?
Felipe Almeida: Eu era sócio de uma empresa de tecnologia e, em 2011/12, mais ou menos, os tablets chegaram ao Brasil. A gente percebeu que as crianças tinham uma afinidade com esses dispositivos e resolvemos criar aplicativos educativos. Um dos personagens que usamos foi o Bita, criado originalmente para decorar o quarto da filha do meu sócio. Ele acabou virando protagonista dos apps e, mais tarde, o centro de um conteúdo audiovisual com música. Foi quando tudo começou a tomar forma.

ASN: Quando perceberam que o projeto tinha potencial para ir além dos aplicativos?
Felipe Almeida: Quando lançamos “Bita e os Animais”, entendemos que havia algo maior ali. O público infantil se identificou, o mercado começou a reagir e vimos uma oportunidade de fazer DVDs, que na época ainda eram muito fortes. Foi um sucesso imediato. Depois disso vieram os shows, os brinquedos, as roupas, os produtos licenciados. O Bita cresceu com o público e virou uma marca.

ASN: O que explica o sucesso do Mundo Bita entre pais e crianças?
Felipe Almeida: Acredito que o principal diferencial seja a verdade do conteúdo. A gente fala de temas universais, como respeito, igualdade, natureza, sentimentos, tudo de forma leve e musical. Fizemos, por exemplo, uma temporada sobre emoções, explicando o que é frustração, raiva, amor, ansiedade. Isso ajuda tanto as crianças como as famílias, que muitas vezes têm dificuldade de abordar esses assuntos.

ASN: O Mundo Bita é também um case de empreendedorismo criativo. Que números mostram essa dimensão?
Felipe Almeida: Temos hoje 20 bilhões de views só no YouTube. Só a ”Fazendinha” tem mais de 1 bilhão de visualizações. Além disso, temos mais de 4 milhões de produtos vendidos, entre brinquedos, roupas, artigos de festa, itens de higiene e outros. O sucesso do Mundo Bita gerou uma economia criativa ao redor, com shows, licenciamento, conteúdos musicais e até parcerias internacionais.

ASN: Como vocês fazem para inovar e continuar relevantes?
Felipe Almeida: Sempre pensamos em novas estratégias. Por exemplo, a gente realizou o projeto chamado Rádio Bita, que é tem o objetivo de apresentar grandes clássicos da música brasileira para nova geração.
Regravamos Roberto Carlos, Lulu Santos, Alceu Valença, Djavan, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Raul Seixas, Luiz Gonzaga. E isso faz uma entrega que a sociedade percebe. Quantas vezes escutamos as mães: “Ah, minha filha está escutando Gal Costa”. Isso faz com que as famílias tenham uma visão de que aquele produto é uma referência e dão credibilidade.

ASN: E o que vem pela frente?
Felipe Almeida: Nosso grande desafio agora é a internacionalização da marca. Queremos que o Mundo Bita chegue a outros países da América Latina, Europa e Estados Unidos. É um passo importante e desafiador, mas acreditamos que o conteúdo brasileiro tem força e originalidade para competir globalmente.
Também estamos criando novas propriedades intelectuais, que não têm, necessariamente, a ver com o Mundo Bita. A ideia é atingir novos públicos, talvez, com uma nova linguagem. O Brasil é muito diverso e há público para diversos perfis de negócios.

ASN: Qual conselho você daria para quem quer produzir conteúdo infantil hoje?
Felipe Almeida: Primeiro, seja verdadeiro com o que você está criando. Faça algo que você mesmo acredite, que seu filho assistiria. Teste, mostre, melhore. Comece pequeno, mas com propósito. Faça produções menores, teste clipes curtos, produza pílulas.
Importante entender que o audiovisual infantil é mais do que entretenimento, é uma ferramenta para formar valores e abrir caminhos de negócio. O Brasil tem criatividade e talento de sobra para isso.

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