Dia do Produtor Rural: Sebrae Minas estimula negócios inovadores e sustentáveis no campo
Neste 28 de julho, o Brasil celebra o Dia do Produtor Rural. Criada em 1960 para homenagear o centenário de fundação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a data lembra a importância dos homens e mulheres do campo para o fortalecimento do agronegócio e na geração de alimentos e renda para as famílias brasileiras. De acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Minas Gerais concentra 607,5 mil estabelecimentos agropecuários, quase 12% do total do país, e uma força de trabalho de 1,8 milhão de colaboradores nas fazendas e lavouras.
O estado lidera a produção nacional de café, leite e queijo artesanal, com destaque para diversas regiões produtoras, que cada vez mais se preocupam com técnicas de manejo sustentáveis e negócios inovadores e competitivos. Além disso, a produção de diversos tipos de frutas, hortaliças, grãos, cachaças, vinhos, azeites, méis e carnes conquista espaço no mercado nacional e internacional.
Há décadas, o Sebrae Minas vem desenvolvendo projetos de valorização às origens produtoras e no fortalecimento das cadeias produtivas, em parcerias com outras entidades. Os objetivos são promover o desenvolvimento dos territórios por meio de uma estratégia de diferenciação e tornar a gestão dos negócios do campo mais sustentável, eficiente e inovadora.
““O produtor rural é fundamental para o desenvolvimento econômico e social de Minas Gerais, contribuindo de forma decisiva para o fortalecimento da economia, a oferta de alimentos para a população, a geração de empregos e o crescimento sustentável das regiões produtoras. Valorizar o dia 28 de julho é reconhecer a importância desse trabalho essencial, realizado por milhares de homens e mulheres que, com dedicação e resiliência, produzem e garantem alimentos de qualidade para os mineiros, brasileiros e para o mundo”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Inovação em benefício do produtor
O Educampo é uma das principais iniciativas do Sebrae Minas que leva inovação e tecnologia ao agronegócio. A plataforma de inteligência reúne especialistas, produtores, cooperativas e empresas parceiras para consultas individualizadas, com análise de dados estatísticos e gestão, desde o planejamento até a execução nas propriedades de café e leite.
O programa disponibiliza relatórios que orientam decisões a curto e longo prazo, considerando todas as peculiaridades inerentes à produção e à região de cada produtor atendido. Mais de 9 mil produtores já receberam o atendimento do Educampo. Atualmente, 535 propriedades de café e outras 834 de leite recebem consultorias do programa.
Aos 35 anos, a veterinária Cecília Mota, de Lagoa Grande, no Noroeste de Minas, administra duas propriedades com foco na produção leiteira. Uma das produtoras que receberam o apoio do programa, ela se tornou inspiração para outras mulheres da região devido à liderança nos negócios. O amor pela agropecuária teve início por meio da influência dos avós.
No início, a renda da família era obtida com a venda de queijos. “Meu avô comprou umas vaquinhas, e, com o leite, passou a produzir queijo. Toda semana, minha avó pegava uma jardineira (nome dado aos ônibus antigos que possuíam bagageiros traseiros) e percorria 110 km de estrada de terra para vendê-los em Patos de Minas e fazer dinheiro”, lembra.
A luta continuou por muitos anos. Na década de 1970, seu pai, com pouco mais de 20 anos, investiu no negócio de leite, abrindo novas áreas para pastagem e adquirindo mais animais. Nos anos 1980, ainda com uma produção muito pequena, ele tirava 50 litros de leite por dia. Contudo, foi a partir dos anos 1990 que as coisas começaram a mudar.
Com apoio dos consultores do Educampo, por meio da Cooperativa de Produtores de Leite de Patos de Minas (Coopatos), ela obteve informações, diagnósticos e direcionamento, refinando processos e fazendo a diferença na evolução da fazenda. O marco na trajetória de sucesso da família foi o investimento em infraestrutura, o que impactou positivamente na fazenda, melhorando a reprodução, a saúde, o bem-estar e a produtividade dos animais. “Em mais de 40 anos de trajetória, saímos de 50 litros de leite para 12 mil litros por dia, atualmente”, explica.
Ênfase à identidade de origem
O Programa de Identidade e Origem é uma das premissas da atuação do Sebrae Minas no agronegócio. O objetivo é reconhecer a importância de vincular um produto ao seu território, ao saber fazer e à cultura local pelo fortalecimento das cadeias produtivas tradicionais locais promovendo prestígio no mercado nacional e internacional.
Atualmente, a instituição trabalha na estruturação e no posicionamento de regiões produtoras de cafés, queijos e frutas em todo o estado. Os territórios mantêm uma forte relação com o produto, envolvendo pessoas, histórias, cultura, reputação e processos, que permitem a formulação de ações estruturadas que estimulam o desenvolvimento econômico local.
O Sebrae Minas incentiva atualmente nove regiões produtoras de cafés: Cerrado Mineiro, Chapada de Minas, Campos Altos, Campos das Vertentes, Mantiqueira de Minas, Sul de Minas, Canastra, Sudoeste de Minas e Matas de Minas. Além do suporte técnico na formalização das associações, a instituição oferece apoio estratégico na busca por certificações internacionais sustentáveis para os produtos e acesso a mercados.
Produção de Queijo
Em todo o estado, pelo menos 90 produtores independentes e associações de produtores de queijo em todo o estado recebem diretamente o apoio do Sebrae Minas em ações de capacitação, acessos a mercados, apoio em eventos, consultorias e melhoria dos produtos. As regiões beneficiadas são a Canastra, o Serro, Araxá, Campo das Vertentes, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Triângulo Mineiro e Serras da Ibitipoca.
Entre as cerca de 600 famílias que vivem da produção de queijo na Região do Serro, está a de Christiane Brandão, de 43 anos. Primeira mulher a assumir o comando da Fazenda Maria Nunes, ela é a quinta geração a trabalhar com o produto e divide a gestão com a filha Jady, de 24. A pequena Maitê Brandão, de um ano, é neta da empreendedora e uma aposta futura para a continuidade do legado.
Um dos primeiros desafios da fase adulta de Christiane foi o enfrentamento ao machismo. Seu pai, com base nos princípios da época, era resistente em trabalhar a sucessão familiar entre os filhos e nem imaginava esta possibilidade entre as mulheres. Fato que motivou a empreendedora a deixar sua família, no município de Santo Antônio do Itambé (MG), e partir em busca de uma carreira em Belo Horizonte.
Na capital mineira, formou-se em Sistemas de Informação, mas mantinha o sonho de retornar para sua origem. “Em 2012, com o falecimento do meu pai, larguei tudo e voltei para a fazenda. Foi necessário aprender e reaprender de forma desafiadora, pois herdei uma terra em que precisei construir tudo, praticamente, do zero”, conta.
A produtora rural recorreu ao suporte técnico para aperfeiçoar os processos, e gerar mais qualidade para seu produto. Em 2015, passou a fazer parte do projeto Região do Serro, desenvolvido pelo Sebrae Minas. No grupo, participa de diversas ações como a criação da marca coletiva, implementação das ações da Cultura da Cooperação, além de integrar o Conselho Regulador da Indicação Geográfica Serro.
O investimento na qualidade do produto gerou reconhecimento nacional e internacional. O queijo Maria Nunes conquistou uma medalha de Ouro e três de Prata, no “Mondial du Fromage” – Mundial de Queijos e Produtos Lácteos, na França.
Atenta às novas oportunidades de negócios em toda a cadeia produtiva associada ao queijo, principalmente, nas atividades ligadas ao turismo e à gastronomia, Christiane Brandão também trabalhou para que sua propriedade fizesse parte das experiências da Rota do Queijo da Região do Serro, projeto lançado pelo Sebrae Minas em 2024. As experiências foram desenvolvidas por meio do programa Check-in Turismo, que oferece suporte empresarial aos pequenos negócios da cadeia do turismo no estado e promove o desenvolvimento econômico local por meio da formação de lideranças, a estruturação dos produtos e destinos e o desenvolvimento de ações que conectam negócios e mercados.
Origem Minas
Mais de 450 produtores da agroindústria em Minas Gerais também foram atendidos pelo Sebrae Minas. O projeto foi criado em 2012 em parceria com o Sistema Faemg e fomenta o desenvolvimento, a competitividade e a diferenciação das pequenas empresas do artesanato e da gastronomia do estado. A ideia é levar a “mineiridade” para o Brasil por meio de produtos e experiências que traduzam história, qualidade, tradição e exclusividade dos produtos mineiros.
ALI Rural
Por sua vez, o programa ALI Rural já atendeu mais de 1,1 mil produtores em 70 municípios de todo o estado A iniciativa é destinada às propriedades que buscam inovação e desenvolvimento sustentável. Os produtores são acompanhados de perto por um Agente Local de Inovação, que faz diagnósticos e propõe soluções nas melhorias dos produtos, serviços ou processos.
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